As cegonhas (Ciconia spp.) são aves migrantes da família
Ciconiidae. As cegonhas têm cerca de 1 metro de altura e 3 kg de peso. O seu
habitat é variado e a alimentação inclui pequenos vertebrados. São animais
migratórios e monogâmicos. As cegonhas não têm siringe e por isso não emitem
sons vocais, emitem sons batendo com os bicos, atividade a que se dá o nome de
gloterar.
Devido à procura de ambientes quentes, é recorrente avistar
populações de cegonhas principalmente na região centro de Portugal, tornando-se
assim uma ave bastante característica da paisagem portuguesa e considerada por
muitos um símbolo regional. Existem várias reservas e planos ambientais para a
conservação desta ave.
Apesar de em Levítico 11, 18-19, ela ser qualificada como
"imunda" ou "impura", a cegonha é considerada, na maioria
das vezes, uma ave de bom augúrio.
A cegonha é símbolo da piedade familiar. Na Europa medieval,
acreditava-se que a cegonha alimentava seus pais envelhecidos e que era muito
dedicada a seus filhotes. Alguns desenhos (como eu fiz) denotam que as cegonhas
furavam seu próprio peito para dar sangue aos seus filhotes! No Extremo
Oriente, tal qual o grou, ela é considerada um símbolo da imortalidade.
É muito difundida a lenda segundo a qual ela traz os
recém-nascidos. Isto está indubitavelmente ligado aos seus costumes de ave
migradora, correspondendo seu retorno ao despertar da natureza na primavera.
Na Romênia, havia a crença de que uma criança concebida com
amor era sempre trazida pela cegonha; viria a ser chamada de noite das cegonhas
uma noite do começo de abril. É a ocasião do acasalamento das cegonhas, pois,
embora sejam aves diurnas, elas se acasalam somente à noite e nessa noite de
abril. Nesse dia, ao cair da noite, sozinhas ou aos pares, elas deixam seus
ninhos e desaparecem no céu a escurecer. Durante essas noites, verificava-se
uma tradição: as jovens das aldeias moldávias tinham total liberdade sexual, e
as crianças nascidas nove meses depois eram "trazidas pelas
cegonhas". Essas crianças, filhas do amor, eram sempre bem acolhidas e não
causavam transtorno para suas famílias (porém, geralmente, a jovem anunciava
aos pais seu desejo de se casar com o pai da criança).
Contrariamente, também lhe eram atribuídos costumes
bárbaros. Ao voltarem para a África, os adultos saudáveis e robustos de um
bando se reuniam para matar os elementos que retardassem sua migração, assim
como os jovens que não voassem bem. Essa matança, que deveria acontecer numa
única noite, impressionou a imaginação popular. Conta-se que, em passado
distante, nessa noite, o infanticídio era permitido. Se alguém matasse uma
criança nessa noite por causa de alguma deformidade ou de alguma doença
incurável, que lhe causasse muito sofrimento, o silêncio de todos acobertaria o
crime. O cadáver era levado durante a mesma noite e posto na floresta dos
massacres entre os restos das cegonhazinhas ensanguentadas.
Na Europa, dizia-se que as cegonhas puniam a fêmea infiel ao
seu companheiro. Outro costume que persistiu até meados do século XVI, a
opinião das cegonhas deveria ser levada em conta em caso de condenação à morte.
Se uma delas viesse a pousar na borda da fonte perto da qual se tinha armado o
cadafalso, ou se ela voasse incessantemente ao redor da árvore na qual se
realizaria o enforcamento, o condenado seria agraciado, porque pensava-se que o
julgamento teria algum defeito, denunciado pela cegonha, que, de certa forma,
fazia-se de mensageira da vontade divina.
Fonte: wikipedia
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