Fiz o desenho original de 2009 (versão 2009) lembrando do filósofo
Xenófanes que usava a (brilhante) observação que os deuses sempre pareciam com
seus adoradores. Se as espécies inteligentes fossem em forma de bodes, seus
deuses teriam a forma de bodes. Ele foi um dos primeiros filósofos do ocidente
a criticar a antropomorfia dos deuses e por extensão, a visão do mundo.Os meus desenhos escolhi um carneiro ao invés de bodes.
Xenófanes é considerado pela maioria como sendo mais um
reformador religioso do que um filósofo. Diferentemente de Anaximandro, que
criou o conceito do apeiron (ilimitado, indefinido), mas buscava na natureza
intrínseca da matéria a causa para todas as transformações, Xenófanes dizia que
o ser absoluto, essência de todas as coisas, era o Um. E de acordo com
Teofrasto, uma das fórmulas contidas nos ensinamentos de Xenófanes era: “Tudo é
o Um e o Um é Deus”.
Aristóteles em seu livro Metafísica, nos relata: “Pois
Parmênides parece referir-se ao Um segundo o conceito, e Melisso ao Um segundo
a matéria. Por isso aquele diz que o Um é limitado, e este, que é ilimitado.
Xenófanes, o primeiro a postular a unidade, nada esclareceu, nem parece que
vislumbrou nenhuma dessas duas naturezas, mas, dirigindo o olhar a todo o céu,
diz que o Um é o Deus.”
Consequentemente, o conceito Deus é então criado por
Xenófanes como sendo um ser mais alto, com uma identidade abstrata, e não
possui nenhum atributo conhecido pelos homens, e tão pouco é semelhante a estes
- nem quanto à figura, nem quanto ao espírito.
A respeito disso, Clemente de Alexandria, em sua obra
Tapeçarias, reproduz essa estrofe também atribuída a Xenófanes:
“Mas se mãos tivessem os bois, os cavalos e os leões
E pudessem com as mãos desenhar e criar obras como os
homens,
Os cavalos semelhantes aos cavalos, os bois semelhantes aos
bois,
Desenhariam as formas dos deuses e os corpos fariam
Tais quais eles próprios têm.”
Fonte: Wikipedia
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